Acolhimento Familiar: O caso do programa Sapeca

19-01-2011 09:08

por VIA blog

Na contramão da cultura de institucionalização – encaminhamento para abrigos – em 1997 nasceu, em Campinas, o Serviço Alternativo de Proteção Especial à Criança e ao Adolescente (Sapeca), programa que busca a colocação das crianças e dos adolescentes em situação de risco pessoal e social em famílias acolhedoras.

A ideia é que aqueles que foram afastados provisoriamente de suas famílias de origem – por medida judicial – possam, ainda assim, usufruir do convívio familiar, até que tenham condições de voltar para sua antiga casa. Para facilitar sua adaptação e promover a reintegração com a família de origem, o programa faz um acompanhamento sistemático e contínuo, com reuniões e atendimentos psicológicos.

O Sapeca atende crianças e adolescentes que têm possibilidades de serem reintegrados às suas famílias – caso contrário, eles permanecem em um serviço de acolhimento institucional (abrigo). Com isto, evita-se que eles formem vínculos afetivos que precisarão ser rompidos, uma vez que o programa tem caráter temporário.   A maior parte do público atendido pelo programa sofreu violência doméstica.

No início, a proposta “alternativa” foi muito criticada. “Preocupava-se muito com a questão da criança ser criada por outra família”, conta Adriana Pinheiro,coordenadora do Sapeca. Hoje, o método faz parte das políticas públicas: ele é estabelecido pela Nova Lei da Adoção, de 2009, como medida protetiva.

O Sapeca recebe visitantes interessados em conhecer as instalações da sede e a metodologia do programa. Para agendar uma visita, entre em contato com o Sapeca (19) 3256-6067 ou 3256-6335. Mais informações o programa podem ser encontradas no site www.acolhimentofamiliar.org.br.

 

Conheça a metodologia do projeto:

 

Quantas crianças fazem parte do programa Sapeca atualmente?

Por quanto tempo a criança pode ficar acolhida?

A família acolhedora pode adotar a criança acolhida?

Como encontrar famílias acolhedoras?

Como é feita a seleção da família acolhedora?

As famílias acolhedora e de origem têm contato durante o programa?

A família de origem sabe quem são os acolhedores?

Como fica o vínculo formado entre a família acolhedora e a criança?

As famílias acolhedoras recebem algum tipo de incentivo?

Quantas vezes a família acolhedora pode participar do Sapeca?

 

Quantas crianças fazem parte do programa Sapeca atualmente?
Doze. A meta é 20. Adriana Pinheiro explica que o número não pode ser muito alto, já que precisa haver um acompanhamento individual, mantido por mais dois anos após a volta da criança para sua casa de origem. Além disso, há a necessidade de acompanhamento das famílias de origem e acolhedoras (visitas domiciliares, reuniões na sede do programa).

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Por quanto tempo a criança pode ficar acolhida?
O período de acolhimento varia em cada caso. Atualmente a equipe do Sapeca procura fazer com que ele seja o mais breve possível – a média é de um ano.

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A família acolhedora pode adotar a criança acolhida?
No Sapeca há alguns casos em que, durante o período de acolhimento, constatou-se que a família de origem não tinha condições de receber novamente a guarda da criança. Nesses casos, elas foram encaminhadas para o Cadastro Nacional de Adoção.
A coordenadora do programa explica que a família acolhedora não tem preferência, caso decida adotar a criança. Os acolhedores são contatados para uma possível adoção apenas quando não é possível encontrar adotantes no cadastro.

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Como encontrar famílias acolhedoras?
Um dos maiores desafios do programa é encontrar famílias acolhedoras. Segundo Pinheiro, são feitas campanhas de distribuição de folders e cartazes em empresas, encontros com a comunidade e anúncios em rádio. Outros meios já foram tentados, como outdoors e busdoors (anúncios em ônibus) sem grandes resultados. Reportagens na televisão costumam dar um bom retorno, mesmo que não citem diretamente o programa Sapeca. Anúncios em jornais de bairro também deram bom resultados.

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Como é feita a seleção da família acolhedora?
A seleção é composta por diversas etapas que incluem entrevista, visita domiciliar e dinâmica de grupo com outros candidatos. A equipe do programa busca conhecer a família e compreender os motivos que a levaram a buscar o Sapeca. Também é importante perceber se todos os integrantes da família estão dispostos a acolher uma criança.

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As famílias acolhedora e de origem têm contato durante o programa?
Cada caso é avaliado e, em alguns deles, há contato na fase final do programa. Todos os encontros entre as crianças e seus pais biológicos durante a fase de acolhimento ocorrem na sede do Sapeca e são monitorados pela equipe do programa. Normalmente, os encontros são semanais.

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A família de origem sabe quem são os acolhedores?
Não. Os pais ou responsáveis sabem que a criança foi encaminhada pelo Sapeca a uma família acolhedora, no entanto eles não sabem quem são ou onde moram os acolhedores.

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Como fica o vínculo formado entre a família acolhedora e a criança?É importante sempre deixar claro para a criança e para a família que o acolhimento é uma medida provisória e temporária. Adriana Pinheiro afirma que as crianças, mesmo as menores, costumam compreender a situação.
Algumas delas costumam manter contato com a família acolhedora, mas ele é feito sempre com a intermediação da equipe do Sapeca.

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As famílias acolhedoras recebem algum tipo de incentivo?
É oferecida uma ajuda de custo. Quando necessário, elas recebem berços e outros materiais que são devolvidos após o período de acolhimento. 

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Quantas vezes a família acolhedora pode participar do Sapeca?
Elas podem permanecer no programa por tempo indefinido. Algumas acolhem uma criança e deixam o programa. Outras realizam vários ciclos de acolhimento.

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